Discurso de formatura – Patrono da turma FM de 2017.1

Senhoras e senhores,

Boa noite!

Gostaria, inicialmente, de saudar a mesa,

a diretora geral, professora Florinda Cersósimo;

o professor Rodrigo Almeida, na figura da direção de ensino;

a coordenadora do curso técnico em Farmácia, professora Vivian de Almeida;

gostaria também de saudar a paraninfa da turma, professora Ana Carolina Morito,

os meus colegas, professores homenageados,

demais professores e servidores que participaram nessa trajetória,

os pais, amigos, familiares, peças fundamentais nessa travessia pelo ensino médio no IFRJ,

e, é claro, as estrelas da noite, os meus mais que queridos formandos da turma FM381!

Sendo assim, vamos lá – ALERTA DE TEXTÃO:

A primeira coisa que quero dizer nesse discurso é que vocês não têm ideia do presente que me dão ao me colocar aqui, como patrono da turma de vocês. Esse presente é o reconhecimento do trabalho que conduzimos, juntos, no âmbito daquilo que entendemos por educação. Vocês não têm ideia do quanto me honra poder participar desse momento tão importante na vida de cada um. Escrevi esse texto, de grande responsabilidade, diga-se de passagem, muito emocionado desde o convite, com o coração batendo forte (como agora), pensando especialmente em cada um de vocês que hoje encerra esse ciclo: Camila Reis, Danillo Rodrigues, Fabio Archangelo, Isabella Aieta, Lucas Feliciano, Marcelle Magalhães, Mariana Glória e Nathalia Oliveira. Não posso deixar de lembrar também, no entanto, dos tão especiais Ana Rosa, Camila Alves, Maria Alice e Renan Sancho, que tornavam, junto a todo o restante do grupo, as manhãs de sexta-feira um evento memorável; e que, apesar de terem seguido caminhos os mais diversos, fazem parte também desse TURMÃO DA P0&&@ (ops, não posso falar isso no discurso).

Quando eu recebi o convite de vocês, confesso que fiquei perplexo e meio sem reação. Primeiro porque vocês inventaram uma história tortuosa e muito pouco verossímil (na qual, apesar disso, eu caí feito um patinho) de que precisavam usar a sala de inglês para fazer uma festa surpresa pro Fábio – isso umas duas semanas após o aniversário dele. Depois porque, na verdade, a surpresa era para mim, revelada num vídeo muito divertido e emocionante, pra lá de inusitado (apenas para contextualizar para os demais: nesse vídeo, a princípio vocês anunciaram o patrono da turma como sendo, ninguém mais, ninguém menos que o MICHAEL JACKSON– e eu, claramente, não entendendo nada, com uma cara de QUE QUE TÁ COM TECENO?! – e só depois, enfim, anunciaram que de fato seria eu o patrono: ufa!).  Fato é que eu não poderia esperar nada diferente desse grupo: alegria e responsabilidade; afeto e seriedade; bom humor e comprometimento; inteligência e ludicidade etc. etc. infinitamente. Essas características não se opõem em vocês; pelo contrário, são complementares e determinam as pessoas únicas que são.

E, afinal de contas, não podia ficar senão perplexo, não é mesmo? Porque ser PATRONO DA TURMA é ao mesmo tempo uma grande honra e uma grande responsabilidade, é o estabelecimento de um vínculo ainda mais forte e duradouro entre nós, é a ratificação, a confirmação de que valeu a pena fazermos as coisas da maneira que fizemos, conduzir as nossas escolhas da maneira que conduzimos. Viver com vocês esse momento é, para mim, também, reviver um dos momentos mais importantes e definitivos da minha vida: o meu ciclo como estudante do Colégio Pedro II.

Fiquei pensando, entre tantas coisas que poderiam ser ditas, o que afinal eu poderia dizer hoje pra vocês – pra vocês que, ao me escolherem para essa posição, esperam que eu diga alguma coisa que ao mesmo tempo os comova e os faça rir; alguma coisa que, quem sabe, possa abrir uma oportunidade de reflexão sobre a sua trajetória e o seu futuro. Não é tarefa fácil, porém é muito gratificante, não tenham dúvidas. Pensei no que eu gostaria de ter ouvido na minha formatura, por exemplo, quando eu tinha mais ou menos a idade de vocês, ou, talvez, no que eu gostaria de ter falado para os meus amigos de caminhada naquela época.

Decidi, então. Eu quero falar um pouco sobre isso nesse discurso: sobre as escolhas que fazemos e que não fazemos. E, pra tanto, eu vou lááá atrás na minha própria caminhada – que acabou, por meio das escolhas que fiz, me fazendo chegar até aqui, hoje, patrono da turma de vocês. Pensei que, para falar alguma coisa significativa, talvez eu devesse me lembrar de quem eu era nesse momento, no momento da minha formatura do colégio, o que eu esperava, o que eu entendia do encerramento daquela fase.

Confesso que nos meus tempos de colégio eu não era lá um estudante muito aplicado. Me interessava mais o intervalo que as aulas prontamente, mais a quadra, mais as paqueras no recreio (desculpem o vocabulário defasado, hoje vocês dizem “crush”), mais o lanche na cantina que qualquer outra coisa; e isso não chega a ser um bom exemplo pra ninguém. Mas, mesmo assim, apesar das minhas falhas enquanto estudante, apesar dos meus deslizes enquanto um adolescente que descobria tanta coisa ao mesmo tempo, eu tive professores e amigos que não desistiram de mim, que, pelo contrário, me apoiaram, me deram a mão e, em grande medida, seguiram junto comigo; amigos e professores que não fizeram pouco caso das minhas confusões e ansiedades e escolhas (ainda que, muitas vezes, olhando da perspectiva de agora, fossem escolhas equivocadas). Talvez porque eles soubessem que aquelas atitudes não eram definidoras do que eu poderia vir a ser, não me fechavam numa relação de “causa e efeito”, que havia, então, algo mais a ser observado.

Isso não quer dizer apoio irrestrito à rebeldia (na maior parte das vezes sem causa, é verdade) ou à falta de compromisso, mas sim o acolhimento daquilo que o outro sente e muitas vezes não consegue dimensionar e cuidar sozinho, um olhar atento àquele que está próximo, mas às vezes parece tão alheio. Acho que a escola é também o lugar disso: o lugar do acolhimento, da troca, do afeto, da amizade, do respeito mútuo, da colaboração, da dúvida. Todas essas coisas nos ajudam a sedimentar quem somos e os caminhos que vamos seguir, as escolhas que vamos fazer. E são essas coisas, talvez, o “algo mais” de que falei ainda há pouco.

É claro que os conteúdos a que somos apresentados nessa fase são muito importantes, são mesmo fundamentais, em certa medida, de acordo com as escolhas que cada um de nós faz; mas arrisco dizer que o que vocês construíram aqui como personalidade, como relação, como ética profissional é maior que quaisquer fórmulas (mesmo a de Bhaskara), maior que quaisquer teoremas (mesmo o de Pitágoras), maior que quaisquer elementos da tabela periódica, orações subordinadas, verbos modais e marcadores de discurso. E não digo isso sozinho. Albert Einstein, a esse respeito, diz o seguinte: “Educação é aquilo que resta quando esquecemos tudo o que aprendemos na escola”.

Ele não está, como eu também não estou, fazendo pouco caso do conhecimento (tão importante para que desenvolvamos pesquisas e estudos e soluções nas mais diversas áreas), mas sim entendendo o valor central da educação como a decantação de todo esse processo de vivências que encaramos dentro da escola. Educação, nesse sentido, está para além de assuntos memorizados (e consequentemente testáveis numa avaliação simples) – a que muitas vezes, no meu humilde entendimento, damos peso excessivo; a educação está, sim, na consolidação de certas habilidades mentais, sociais, linguísticas – habilidades que nos tornam pessoas capazes de buscar, autônoma e criticamente, aquilo que não sabemos ou que deixamos passar em algum momento.

Na era em que vivemos – a era da informação – é muito valioso ser um bom pesquisador, alguém que caminha acompanhado de interrogações, alguém que não se satisfaz facilmente com verdades absolutas e conceitos excessivamente fechados.

Aqueles professores e amigos que escolheram acreditar em mim, de alguma forma, que escolheram acreditar que eu podia avançar, provavelmente já tinham esse entendimento e valorizavam coisas que aquele adolescente agitado e meio relapso nem sabia que entregava. Essas pessoas, decerto, já faziam uma leitura de mim muito mais ampla e complexa do que eu poderia supor. E isso para mim fez toda a diferença, mesmo que eu só fosse ter essa compreensão muito adiante.

Continuando um pouco mais a minha história como aluno, fico lembrando de quando entrei pela primeira vez no Colégio Pedro II. Abria-se, sem qualquer exagero, um mundo novo para mim, algo completamente desconhecido, com muito mais liberdade, com muitas novas amizades e também novos amores e descobertas e frustrações e conquistas. Com biblioteca e quadra e laboratórios, com dezenas de professores por etapa; muito diferente do que eu vivia antes de chegar lá.

Eu tenho certeza que vocês passaram exatamente por isso aqui no nosso amado IFRJ. Vocês chegaram meninas e meninos aqui, já há alguns anos, e agora saem mulheres e homens, com novos sonhos, novas leituras sobre o mundo, novas percepções, novas possibilidades de escolha. Tentem se lembrar da primeira vez que vocês leram a lista de alunos da turma. Certamente, cada nome ali era um enigma, era apenas um monte de letras juntas, frias, sem realidade. Com o passar do tempo, esses “nomes” foram se tornando pessoas de carne e osso, esses “nomes” foram se tornando amigos inseparáveis, foram se tornando “crushes”, namorados, parceiros de vida. Chegaram outros, alguns se foram, uns se aproximaram, outros se afastaram, e aquilo que vocês viram logo no início, ainda sem o rosto de vocês, acabou se tornando esse grupo maravilhoso que está aqui hoje, encerrando esse ciclo e abrindo muitos outros.

Como estamos falando de escolhas, eu queria compartilhar com vocês um trecho de um poema que para mim é muito marcante. Trata-se de um poema do poeta norte-americano Robert Frost, chamado “The road not taken”. Em português seria algo como “A estrada não trilhada”. Nesse poema, Frost justamente discute a questão da “escolha”. O eu-lírico do poema se vê frente a duas opções, como nós em nossas próprias vidas, a todo tempo; e começa assim, numa tradução livre:

“duas estradas se abriam pela floresta no outono;

mas infelizmente eu não podia pegar as duas,

sendo um só viajante”.

Aí está, como vocês podem ver, o dilema clássico a que somos submetidos sempre que temos de tomar uma decisão: um viajante não pode pegar ao mesmo tempo dois caminhos, viajar dois destinos simultaneamente. Muitas vezes, olhamos as duas possibilidades com calma, estudamos a fundo, mas de fato só vamos poder experimentar o que cada caminho, o que cada escolha traz ao tomá-la. Nós sabemos, ainda, que, em muitos casos, fazer uma escolha é abdicar de uma ou mais possibilidades. Escolher, afinal, é sempre ganhar e perder alguma coisa. E o fato é que nunca vamos saber exatamente o que as coisas seriam se fizéssemos escolhas diferentes.

Pensem em vocês, por exemplo, ao escolherem ingressar no IFRJ. Lembrem quando, depois de cumprir o ciclo básico nas turmas mistas, vocês se perguntaram se de fato deveriam manter a escolha inicial ou tentar outro curso. Depois, no meio da caminhada, quantas vezes vocês não esmoreceram, cambalearam, se questionaram se estavam fazendo a escolha certa ao se manterem aqui no IFRJ, com as greves, as aulas em dezembro, janeiro e fevereiro, as dificuldades nas mais variadas disciplinas.

Muitas vezes encontrava vocês completamente desesperados, na maior badzona, parecendo que tinham acabado de sofrer um 7×1 – que se mostrava ser, na verdade, uma nota nada inspiradora em Fisqui ou Farmacognosia (para citar apenas duas das matérias que sei que agitaram um pouco suas noites de sono). Mas… PARECE QUE O JOGO VIROU, NÃO É MESMO? E hoje vocês estão aqui, técnicos formados, pessoas determinadas e dedicadas, profissionais capazes e muito competentes, que conseguiram superar todas as adversidades, todos os obstáculos – e que, é claro, aprenderam e amadureceram muito com isso. Obrigado por mostrarem para nós, professores, aquilo que nós já sabíamos: que vocês são excelentes pessoas e que serão excelentes profissionais em suas respectivas carreiras, seja como técnicos em farmácia, seja com o que vocês resolverem escolher. Valeu a pena, não tenham qualquer dúvida, seja qual for o caminho que vocês sigam daqui pra frente.

Para chegar até aí, é claro que vocês tiveram que escolher muitas vezes entre o livro e a praia, entre o relatório e a festa, mas foi o que o caminho que vocês trilharam solicitava. E vocês deram conta maravilhosamente bem, com louvor. Fazer a escolha mais difícil às vezes é o que faz toda a diferença; adiantei um spoiler do final do poema, que termina com os seguintes versos:

“Anos depois vou contar isso

Com um aperto no coração:

Duas estradas se abriam pela floresta, e eu –

Peguei a menos usual

E isso fez toda a diferença”.

Quero dizer pra vocês que, seja qual for a escolha que fizerem, essa escolha vai determinar de maneira significativa o caminho que vocês vão trilhar. Isso não quer dizer, por outro lado, que vocês não possam fazer outras escolhas e mudar radicalmente o caminho. QUEM NUNCA?! Eu mesmo fiz curso técnico em processamento de dados, seguiria carreira em engenharia da computação, e hoje pesquiso na área de poesia contemporânea. Mas, sem dúvidas, cada escolha vai moldar o seu caminho de uma certa maneira – e isso é o que é mais bonito na vida: a própria imprevisibilidade com que ela se abre para nós em sua diversidade.

E, falando em diversidade, adoro a maneira como a turma lida com esse tema. Acho que a geração de vocês, de modo geral, tem mais facilidade de acolher as diferenças, conviver com as várias formas de se olhar para o mundo, com as várias escolhas que cada um faz. Mas essa turma, especialmente, é muito heterogênea – e isso não chega nem sequer a ser uma questão pra vocês, que convivem harmoniosamente (na maior parte do tempo), que se apoiam e se ajudam apesar das diferenças, topam qualquer parada para verem os outros felizes. Por isso, acredito, essa FM passou a ser conhecida como FECHAMENTO, que, no linguajar corrente, costuma significar aquele com que se pode contar; no caso, aquela turma que completa com perfeição a outra, que se encaixa nas outras.

Esse sentido de “fechamento”, que já era utilizado pela turma, foi eternizado recentemente pela letra do MC G15 no funk “deu onda”, em que ele diz: “eu preciso te teeeeeer… meu fechamento é você, mozão”. Não preciso continuar esse clássico na música popular contemporânea, apenas queria exemplificar o sentido de “fechamento”, ou seja, aquele em que se pode confiar, que está sempre junto pro que der e vier. E essa é a cara da turma que se forma hoje, que fecha esse ciclo hoje – fechando, inclusive, todo o ciclo de formaturas, como não poderia deixar de ser. Vocês ARRASAM, vocês LACRAM!

Fechar… Lacrar… Tá bem, todo mundo já entendeu o que eu queria dizer…

Quando eu entrei para a graduação em Letras, eu fiz uma escolha: devolver, ao longo dos meus anos de estudo e trabalho, tudo aquilo que recebi das pessoas que fizeram parte da minha caminhada acadêmica. Com a honra que vocês me dão de estar aqui, como patrono dessa turma, vocês me dizem que, lá atrás, quando eu tive que escolher entre os caminhos que se apresentavam, eu fiz a escolha certa. E isso pra mim é um grande presente! Um presente adiantado de dia dos professores que vem logo adiante. Um presente ao reconhecer que a minha pretensão enquanto docente não é lá tão impossível assim: a tentativa de proporcionar, junto aos meus outros colegas professores e técnicos em educação, uma formação para a vida, uma formação global, crítica, humanística, que inclui a formação básica, técnica e tecnológica. O presente que vocês me dão hoje é me dar a notícia de que eu tenho conseguido devolver um pouco do que aqueles professores e amigos meus no Colégio Pedro II me deram.

Hoje, vocês são agraciados com o diploma de técnicos em farmácia. É uma espécie de prêmio pela trajetória de vocês até aqui; trajetória que já abriu outros caminhos – e que seguirá abrindo – para cada um de vocês. Vocês estão no lugar que almejavam estar há muito tempo e muitos outros estudantes que estão aqui hoje têm a trajetória de vocês como exemplo para as escolhas que eles seguem realizando.

Foi um longo caminho até aqui. Vocês desenvolveram muitas competências, muitas habilidades. Com tudo isso que vocês aprenderam aqui – e pelas pessoas incríveis que são –, torço para que possam sempre mostrar empatia e tocar a vida de outras pessoas com amor. Torço para que escolham estar ao lado daqueles que precisam ter sua realidade mudada, aqueles com os quais vocês podem caminhar juntos. Torço para que sejam a nova geração que o nosso país precisa – nesse momento tão complicado.

Torço para que continuem por perto uns dos outros, se apoiem, se acolham nas dificuldades e comemorem juntos outras vitórias. Seus amigos guardam seus segredos, suas fotos comprometedoras, suas saudades. Mais uma vez digo: um dos maiores presentes que o IFRJ deu a vocês são os laços e relações que vocês estabeleceram aqui.

Desejo a vocês uma vida linda, cheia de desafios e de conquistas. Desejo que guardem aqueles que amam por perto e que possam atuar positivamente no mundo à sua volta.

Como reflexão final – como professor, eu não poderia deixar de pedir um trabalho de casa –, queria propor que vocês pensassem em quanto vocês mudaram do primeiro dia até hoje; queria que vocês pensassem sobre a lição mais importante que tiraram do tempo que viveram aqui, estudando e pesquisando e trabalhando juntos; queria que cada um pudesse escrever a história mais marcante desses anos e, depois, montar uma pequena coleção de memórias da turma FM381.

Isso é, acredito, uma espécie de presente que vocês podem dar para vocês mesmos e uns para os outros.

No primeiro dia de aula, em cada turma, eu falo um pouco sobre a máxima do poeta latino Horácio: a expressão carpe diem; ou seja, a ideia de aproveitar o dia e o tempo da melhor forma possível. A questão da escolha está intimamente ligada à questão do tempo; escolhemos, por exemplo, como utilizar nosso tempo – e, por outro lado também, uma vez feita uma escolha, ela vai ter seus efeitos no tempo, como sabemos.

Para de fato me encaminhar para o encerramento dessa já longa fala, eu quero ler um trecho de um poema de T.S. Eliot (importantíssimo poeta anglo-americano do século XX), sobre o qual eu poderia passar muitas aulas comentando, mas que apenas deixarei para vocês como presente de formatura. Como vocês já devem esperar, ele fala de escolha e de tempo. Ouçam que bonito esse trecho do poema Quatro Quartetos:

O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível
O que podia ter sido é uma abstração
Permanecendo possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação

O que podia ter sido e o que não foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente
Ecoam passos na memória
Ao longo do corredor que não seguimos
Em direcção à porta que nunca abrimos
Para o roseiral.
As minhas palavras ecoam
Assim, no teu espírito…

Mas para quê
Perturbar a poeira numa taça de folhas de rosa?
Não sei.
Vai, vai, vai, disse a ave;
O gênero humano não pode suportar muita realidade.
O tempo passado e o tempo futuro
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um fim, que é sempre presente.

Vocês têm esse presente agora. E a seguir, um novo presente. E outro e assim sucessivamente. Todo o tempo do mundo é de vocês, aproveitem bem. Torço para que possam fazer sempre as melhores escolhas para vocês e para as pessoas do seu entorno.

Parabéns para cada um dos formandos; parabéns também aos pais, mães, familiares e amigos que deram todo o suporte necessário para que vocês cruzassem de maneira íntegra e bem-sucedida esse caminho. Parabéns, enfim, a todos os envolvidos nessa longa jornada de crescimento, superação, conhecimento e autoconhecimento.

Um beijo grande para cada um de vocês, já estou com saudades de encontrá-los por aqui. Voltem sempre, a casa é sua; e contem sempre conosco.

Sejam felizes, façam outras pessoas felizes, tornem o mundo um lugar melhor,

Muito obrigado!

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Selfie com a turma FM Fechamento
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FM Fechamento com os professores homenageados